sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Quanto tempo um cadáver demora pra se decompor? -

Tudo vai depender do ambiente em que está o cadáver, se ele está no chão em meio ao mato, sua decomposição é muito acelerada, ou se está na água (rio ou mar) é maior ainda - isso porque os organismos externos ajudam na decomposição.
Se o cadáver está em uma cama dentro de casa, por exemplo, a decomposição é mais lenta, porque os organismos que fazem esta decomposição estão dentro do próprio cadáver (é, nós carregamos aqueles que vão acabar com nós)... uma decomposição completa (mas que ainda deixa ossos) pode levar até 02 anos.


Putrefação


É o processo de decomposição da matéria orgânica por bactérias e pela fauna macroscópica, que acaba por devolvê-la à condição de matéria inorgânica. A putrefação do corpo não é um processo resultante do evento morte, apenas. É necessária a participação ativa de bactérias cujas enzimas, em condições favoráveis, produzem a desintegração do material orgânico. Daí, que nas condições térmicas que impeçam a proliferação bacteriana, ou pela ação de substâncias antissépticas, o cadáver não se putrefaz. As bactérias encarregadas da putrefação do cadáver, na sua maioria, são as mesmas que, em vida, formam a flora intestinal do indivíduo.

Algumas das substâncias intermediárias formadas durante o processo de decomposição das proteínas, são altamente fétidas, tornando-se as responsáveis pelo cheiro característico dos corpos em putrefação. A decomposição catalítica dos glúcides e dos lípides, praticamente não exala odores nauseabundos.

Este processo de decomposição paulatina, é bastante lento. As larvas de insetos todas com atividade necrofágica, se deixadas agir livremente, podem destruir o cadáver em um tempo bem menor: de 4 a 8 semanas.

Com efeito, em um cadáver exposto à intempérie, a putrefação se vê acelerada, sendo certo que os corpos enterrados, têm a sua decomposição retardada até em oito vezes, com relação aos primeiros.

Fases da putrefação. A putrefação se desenvolve em quatro fases ou períodos distintos e consecutivos, a saber:

1º - Período cromático (período de coloração, período das manchas). Tem início, em geral de 18 a 24 horas após o óbito, com uma duração aproximada de 7 a 12 dias, dependendo das condições climáticas. Inicia-se pelo aparecimento de uma mancha esverdeada na pele da fossa ilíaca direita (mancha verde abdominal), cuja cor é devida à presença de sulfometahemoglobina. Nos recém-nascidos e nos afogados, a mancha verde é torácica e não abdominal.

2º - Período enfisematoso (período gasoso, período deformativo). Inicia-se durante a primeira semana e se estende, aproximadamente, por 30 dias. Os gases produzidos pela putrefação (notadamente gás sulfídrico, hidrogênio fosforado e amônia) infiltram o tecido celular subcutâneo modificando, progressivamente, a fisionomia e a forma externa do corpo. Esta distensão gasosa é mais evidente no abdome e nas regiões dotadas de tecidos areolares como face, pescoço, mamas e genitais externos. Os próprios gases destacam a epiderme do córion, formando extensas flictenas putrefativas, cheias de líquido transudado.

3º - Período coliquativo (período de redução dos tecidos). Inicia-se no fim do primeiro mês e pode estender-se por meses ou até 2 ou 3 anos. Caracteriza-se pelo amolecimento e desintegração dos tecidos, que se transformam em uma massa pastosa, semilíquida, escura e de intensa fetidez, que recebe o nome de putrilagem.

A atividade das larvas da fauna cadavérica (miase cadavérica), auxilia grandemente na destruição total dos restos de matéria. Como mencionado, os insetos e suas larvas podem destruir a matéria orgânica do cadáver com extrema rapidez (4 a 8 semanas).

4º - Período de esqueletização. No final do período coliquativo, a putrilagem acaba por secar, desfazendo-se em pó. Desta maneira, exsurge o esqueleto ósseo, que fica descoberto e poderá conservar-se por longo tempo.